domingo, 10 de novembro de 2013

O que é a sorte de varas?



(Informação do médico veterinário José Enrique Zaldivar Laguia , clínico e presidente da AVATMA. Tradução do médico veterinário Vasco Reis).

Durante a tourada, e durante um período de aproximadamente 15 minutos, o touro é submetido à sorte de varas.

Assim que ele entra na arena é atraído através de uma série de passes com a capa e é submetido à sorte de varas - o "acto” da lança.

Nesta parte, o picador (lanceiro) utiliza a ponta da lança, “puya”, garrocha, que é um instrumento pontiagudo com cerca de 9 centímetros de comprimento, dividido em duas secções: uma ponta em forma de cone de cerca 3 centímetros e uma outra de aço em forma de corda de cerca de 6 centímetros de comprimento. Este instrumento destina-se a ferir certos músculos e ligamentos do cachaço, parte superior do pescoço do touro. O objectivo deste acto é facilitar o trabalho do toureiro pois, uma vez que estas estruturas anatómicas foram feridas, o touro não vai ser capaz de levantar a cabeça . “Infelizmente” não é só isso que acontece. É sabido que 90 % das estocadas com a lança são feitas muito mais para trás, onde as vértebras estão muito menos protegidos. Além disso, como resultado de golpes ilegais (proibidos) dos picadores , tais como “furar” (torcendo a lança no pescoço do touro como um saca-rolhas) ou o "entra e sai" (aprofundar e aflorar a lança várias vezes sem a retirar, de modo a que uma lança tem o mesmo efeito como tendo sido utilizada várias vezes, o que impede o touro de fugir quando sente a dor), as feridas são muitas vezes terríveis.

A hemorragia causada por estes métodos faz com que a perda de sangue possa ser de até 18% , enquanto a (entre aspas irónicas) quantidade "desejável" é de 10% . Devido a esses movimentos, uma lança pode produzir feridas com mais de 20 cm de profundidade, e entrar no corpo em até cinco sentidos diferentes, ferindo muitas estruturas, inclusivé quebrando estruturas ósseas.

Os taurófilos (taurinos) argumentam, que o uso da “puya” serve para "aliviar" o touro da sua bravura e excitação na lide. No entanto, o que acontece com a tortura da “puya” não é um descongestionamento simples, porque o touro assim perde até 10 litros de sangue, visto que ao se aprofundar e aflorar sucessivamente a “puya”, se chega a provocar uma ferida muito profunda . Outra estatística é, que apenas 4,7% do cravar da “puja” conseguiu cortar os músculos do pescoço e deixar o resto da anatomia local intacta.

O que geralmente se corta com má pontaria da “puya”, são músculos dos membros anteriores e do tronco. Por isso tropeçam e caiem touros.

Dados: o touro tem cerca de 36 litros de sangue. Com a sorte de varas o animal perde cerca de um terço do sangue, sua força vital.

São manobras ilegais do picador (o cravar e tirar, a acção de saca-rolhas e a de perfuração), que fazem  a puya penetrar mais do que esses 7,6-8,9 cm, sendo que em 70% dos casos, as lanças são cravadas por detrás do andiron e da cruz, e aí sendo menos protegidas pelos grandes músculos do pescoço, podem atingir e ferir estruturas ósseas.

(recebido por e-mail)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vacada de São Martinho


Pedido de envio de e-mails:

Para:
presidente@alra.pt, aluis@alra.pt, anunes@alra.pt, arodrigues@alra.pt, aparreira@alra.pt, bchaves@alra.pt, bmessias@alra.pt, boliveira@alra.pt,ccardoso@alra.pt, cfurtado@alra.pt, cmendonca2@alra.pt, dcunha@alra.pt, dmoreira@alra.pt, fcesar@alra.pt, fcoelho@alra.pt, gracasilva@alra.pt,inunes@alra.pt, irodrigues@alra.pt, jcontente@alra.pt, jmgavila@alra.pt, jsan-bento@alra.pt, lmachado@alra.pt, lmaciel@alra.pt, lrodrigues@alra.pt,mcouto@alra.pt, micosta@alra.pt, mpereira@alra.pt, pborges@alra.pt, pmoura@alra.pt, rcabral@alra.pt, rcbotelho@alra.pt, rveiros@alra.pt,aamaral@alra.pt, amarinho@alra.pt, aventura@alra.pt, apedroso@alra.pt, bbelo@alra.pt, calmeida@alra.pt, clopes@alra.pt, cpereira@alra.pt,dfreitas@alra.pt, hmelo@alra.pt, jandrade@alra.pt, jbcosta@alra.pt, jmacedo@alra.pt, jmachado@alra.pt, jparreira@alra.pt, lcgarcia@alra.pt,lmauricio@alra.pt, lrendeiro@alra.pt, rcordeiro@alra.pt, vvasconcelos@alra.pt, alima@alra.pt, gsilveira@alra.pt, lsilveira@alra.pt, zsoares@alra.pt,apires@alra.pt, pestevao@alra.pt, presidencia@azores.gov.pt,
CC: acoresmelhores@gmail.com


Exmo. Sr.,
Presidente do Governo Regional dos Açores,
Deputado(a) da ALRA

Está anunciada a realização duma “vacada” no dia 9 de novembro na freguesia de Santa Cruz, concelho da Lagoa, evento que aparentemente conta com licença por parte da câmara municipal. Esta “vacada”, enquadrada nas festas de São Martinho, não acontece pela primeira vez, tendo sido realizada igualmente em anos anteriores.

No entanto, tal como foi já denunciado em anteriores ocasiões, a realização deste evento é manifestamente contrária à lei por se realizar fora da temporada estipulada legalmente para as manifestações taurinas.

O Decreto Legislativo Regional n.º 37/2008/A, de 5 de agosto, alterado pelo DLR n.º 13/2012/A, de 28 de março de 2012, que estabelece o regime jurídico de atividades sujeitas a licenciamento das câmaras municipais na Região Autónoma dos Açores, estabelece no seu Capítulo XIII o regime jurídico aplicável às touradas à corda, que segundo o n.º 2 do artigo 42.º se aplica também às manifestações taurinas enumeradas no artigo 43.º, entre as quais a “vacada em cerrado”. Ora, segundo o n.º 1 do artigo 49.º estas manifestações taurinas só podem realizar-se no período compreendido entre o dia 1 de maio e o dia 15 de outubro de cada ano civil.

Assim, a referida “vacada” anunciada no concelho da Lagoa para o dia 9 de Novembro não se enquadra dentro do período legal. No entanto, em profundo desrespeito pela lei, a câmara municipal da Lagoa continua a emitir cada ano licenças para a realização deste evento.

De referir ainda que no evento do passado ano foram registadas situações graves de evidente maltrato animal. Os animais, transportados durante longo tempo em caixas fechadas, manifestaram signos de desidratação. Um deles partiu um chifre no decorrer do evento, com grande perda de sangue, o que não foi considerado suficiente por parte dos organizadores para o animal deixar de ser burlado, acossado e puxado pela corda, com total desprezo e insensibilidade para com o seu sofrimento.

Desta forma venho manifestar o meu repúdio pela realização deste tipo de espectáculos violentos onde são maltratados animais, mesmo na ilha de São Miguel onde as touradas nunca foram tradição. E também o meu veemente protesto pelo contínuo desrespeito que um órgão municipal como a câmara da Lagoa mostra pela legislação aprovada pela Assembleia Legislativa dos Açores e pelos seus deputados. A imagem pública dos Açores e do povo açoriano fica gravemente prejudicada com lamentáveis e bárbaros espectáculos como estes.

Atentamente

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não vá ao São Martinho na Lagoa



A todas as pessoas singulares ou coletivas, solicita-se o envio do e-mail, abaixo dirigido ao presidente da Câmara Municipal da Lagoa (São Miguel – Açores) a solicitar o não apoio à vacada que está marcada para o próximo dia 9 de Novembro.
Muito obrigado


Enviar para:

gabpres-cml@mail.telepac.pt, jfsantacruz-lagoa@sapo.pt,


Ex. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Lagoa,
Exmo Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz

Tomei conhecimento de que se irá realizar na Freguesia de Santa Cruz, no próximo dia 9 de Novembro, uma vacada e venho por este meio manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento, uma vez que as vacadas, contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais.

Como muito bem escreveu o Médico Veterinário Vasco Reis “Vacadas e garraiadas contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas.

A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como “espetáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem". Mesmo que não tenha sangue, é responsável por muito sofrimento dos animais. Contribui, certamente, para a perda de sensibilidade de pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela cruel tauromaquia. É indissociável de futilidade, sadismo, covardia.

Vimos solicitar a Vossa Exª que tem apoiado as vacadas realizadas em anos para que reveja a sua posição e para os prejuízos que poderão advir para o Concelho da Lagoa pelo facto do mesmo passar a figurar na lista de cidades e concelhos a serem evitados por todos os turistas e pessoas de bem que para além de procurarem locais onde a natureza esteja imaculada também dão preferência a populações que respeitem os animais.

Com os melhores cumprimentos

Nome

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

NÃO À SORTE DE VARAS nos AÇORES


Está programado “Um ciclo de tentas comentadas” para o próximo dia 20 de Outubro, em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira. 

Escreva a protestar contra tal iniciativa.



Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.



Enviar para:

presidente@alra.pt, aluis@alra.pt, anunes@alra.pt, arodrigues@alra.pt, aparreira@alra.pt, bchaves@alra.pt, bmessias@alra.pt, boliveira@alra.pt, ccardoso@alra.pt, cfurtado@alra.pt, cmendonca2@alra.pt, dcunha@alra.pt, dmoreira@alra.pt, fcesar@alra.pt, fcoelho@alra.pt, gracasilva@alra.pt, inunes@alra.pt, irodrigues@alra.pt, jcontente@alra.pt, jmgavila@alra.pt, jsan-bento@alra.pt, lmachado@alra.pt, lmaciel@alra.pt, lrodrigues@alra.pt, mcouto@alra.pt, micosta@alra.pt, mpereira@alra.pt, pborges@alra.pt, pmoura@alra.pt, rcabral@alra.pt, rcbotelho@alra.pt, rveiros@alra.pt, aamaral@alra.pt, amarinho@alra.pt, aventura@alra.pt, apedroso@alra.pt, bbelo@alra.pt, calmeida@alra.pt, clopes@alra.pt, cpereira@alra.pt, dfreitas@alra.pt, hmelo@alra.pt, jandrade@alra.pt, jbcosta@alra.pt, jmacedo@alra.pt, jmachado@alra.pt, jparreira@alra.pt, lcgarcia@alra.pt, lmauricio@alra.pt, lrendeiro@alra.pt, rcordeiro@alra.pt, vvasconcelos@alra.pt, alima@alra.pt, gsilveira@alra.pt, lsilveira@alra.pt, zsoares@alra.pt, apires@alra.pt, pestevao@alra.pt, presidencia@azores.gov.pt, angra@cm-ah.pt





Exmo. Sr/ª.,
Presidente do Governo regional dos Açores,
Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Deputado(a) da ALRA

Foi publicitada a realização no dia 20 de Outubro na Praça de Touros da Ilha Terceira dum espectáculo tauromáquico com especial destaque para a chamada sorte de varas. O espectáculo, intitulado “Ciclo de tentas comentadas” conta com a participação de dois picadores, responsáveis pela execução da sorte de varas, para além dum matador, um novilheiro, dois cavaleiros e dois grupos de forcados, sendo a organização do evento da responsabilidade da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.

A realização da sorte de varas em espectáculos tauromáquicos não é tradição na ilha Terceira, está proibida pela legislação vigente e a sua prática foi expressamente proibida por decisão da Assembleia Legislativa Regional dos Açores.

No entanto, em desrespeito da lei, são já várias as ocasiões nas quais foi praticada a sorte de varas em espectáculos públicos na Terceira organizados pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, tendo até agora acontecido estes eventos num clima de total impunidade.

O espectáculo público agora anunciado para o dia 20 na Praça de Touros da Ilha Terceira vem mais uma vez contrariar a legislação vigente e a decisão da Assembleia Regional.

Por isso, venho desta forma solicitar a sua intervenção para impedir a realização deste espectáculo repudiável que desrespeita a lei, que desrespeita a livre decisão dos deputados açorianos e que constitui uma vergonha para o povo açoriano, um povo que na sua imensa maioria não quer ser associado por mais tempo à realização de espectáculos violentos e sangrentos onde são torturados animais para simples diversão dumas poucas pessoas.


Atentamente
(Nome)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ameaças pessoais a opositores das touradas voltam a acontecer na ilha Terceira, nos Açores / Once again death threats have been received by those who oppose to bullfights on Terceira Island, Azores

(para fazer parte do grupo de cidadãs/ãos que subscrevem este texto basta enviar mail para acoresmelhores@gmail.com, com nome e localidade / If you would like to join the group of citizens whom subscribe this text, please send an e-mail to acoresmelhores@gmail.com with you name and location)


Ameaças pessoais a opositores das touradas voltam a acontecer na ilha Terceira, nos Açores /  Once again death threats have been received by those who oppose to bullfights on Terceira Island, Azores


Durante uma tourada à corda na Ilha Terceira, foi fotografado um touro desmaiado. A imagem tornou-se viral na internet, tendo sido repudiada por milhares de pessoas.
During a rope bullfighting event, a picture was taken to what appeared to be a lifeless bull. The image soon became viral online, and was disavowed by thousands of people.


Chegando a vários sítios do globo, a imagem parece ter sido a causa do cancelamento da visita de um grupo de turistas alemães à Região Autónoma dos Açores, gerando bastante indignação entre todos os açorianos que rejeitam a ideia de que a tourada seja entendida como uma prática aceite em toda a região.
Having reached several places around the globe, it led to the cancellation of a visit of a group of German tourists to the Azores, causing great outrage among the Azorean population in general.

O MCATA, com base nas discussões que se seguiram, entre largas dezenas de pessoas, no grupo de discussão [info acores], no facebook, e noutros locais de debate, publicou, no seu blogue, o alerta que foi dado sobre o cancelamento da visita de turistas. A publicação atingiu 5700 visualizações em pouco mais de 40 horas.
Taking into account the several comments that followed on the forum info acores, on Facebook, and other discussion groups, the MCATA movement posted on its blog the news about the cancellation of the visit to the Azores by the German tourists and in only 40 hours the post was viewed 5700 times.

Confrontados com a crescente oposição às touradas e rejeição da prática como algo comum a toda a região dos Açores, algumas pessoas ligadas ao lobby tauromáquico terceirense dirigiram ameaças públicas e privadas à pessoa que divulgou a imagem do touro desmaiado.
Faced with the growing opposition to bullfights and the rejection of such activities as a common practice and tradition of the Azores, some people of the bullfighting industry from the island of Terceira have publically and privately threatened the person who has first published the image of the lifeless bull.

Uma fotografia com a cara da terceirense, assumidamente anti tourada, foi publicada num grupo de aficionados "Amigos da Tourada à Corda Ilha Terceira" com o seguinte texto:
A picture of this girl from the island of Terceira has been posted on the page of a group of bullfight lovers, named "Amigos da Tourada à Corda Ilha Terceira" with the following comments:

Fernando Pavao > Amigos da Tourada à Corda Ilha Terceira

Quem é XXX? fundadora do Terceirenses AntiTouradas.
Não há nada melhor do que conhecer antes uma pessoa, para depois se fazer juízo do que ela é, e o que representa na nossa comunidade terceirense. Quem a conhecer, que nos transmita.


Who is XXX? Founder of “Terceirenses AntiTouradas”.
It’s best to know a person first to later make judgment on what she is, what she represents to our community on Terceira Island. To anyone who might know her, let us know.

comentários/ comments:
Frank Ferreira essa sonhora nao faz a minima ideia como e a nossa tradicao / this lady has no idea of what our tradition is

(Gostos/Likes: Jorge Faria Rodrigues, João Paes, Rogério Fagundes, Renato M. Borges)

Entretanto a publicação foi retirada e na sua página pessoal a ativista reiterou a sua convicção no combate às touradas na ilha escrevendo "Quero comunicar-vos que ate já vi ameaças de morte. Não sou assustada e vou comunicar a ocorrência as autoridades, para ficarem de sobreaviso. Manifestar a minha opinião e apresentar factos e um direito que me assiste. Obrigado a todos."
Meanwhile the post has been removed and on her personal page the activist restated her conviction against bullfights on the island by writing “I want to say that I have even witnessed death threats. I am not scared and I am going to report to the authorities to be on standby. Expressing my opinion and presenting facts is a given right. I thank you all.”

Nós abaixo assinados, organizações abolicionistas da tauromaquia e cidadãos denunciamos e condenamos todo o tipo de violência.
We, the undersigned, anti-bullfighting organizations and common citizens denounce and condemn all kinds of violence.

Reforçamos, ainda, o alerta para os muitos casos onde a crueldade contra animais, nomeadamente as touradas “educam” para a insensibilidade para com o sofrimento alheio, formando pessoas tendencialmente desrespeitadoras, belicosas e violentas para com os seus semelhantes e para com os outros seres que partilham a Terra connosco.
We enhance the warning to the fact that animal cruelty, and bullfights in particular, benumb people towards the suffering, making people disrespectful, quarrelsome and violent towards their peers and other beings in gener

Pessoas coletivas (por ordem alfabética):
Organizations (alphabetical order):

Alcochete Anti-touradas
Algarve pela Abolição da Tauromaquia, Algarve
Almeirim Anti-Touradas Animal Defenders International (UK)Associação Amigos dos Animais da Ilha Graciosa
Campanha contra as touradas no Mundo
CAES - Coletivo Açoriano de Ecologia Social
CAPT - Campanha Abolicionista da tauromaquia em Portugal
Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural
Lisboa Anti-tauromaquia
MATP- Movimento Abolicionista da Tauromaquia de PortugalAssociação Midas - Custóias
Movimento Internacional Anti-Touradas
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores
Norte Sem Touradas
PACMA - Partido Animalista Contra el Maltrato Animal (Espanha)Página Anti-Tourada
Platform La Tortura No Es Cultura (Espanha)
Ribatejanos Anti-Touradas
VilaFranquenses Anti-tauromaquia



Pessoas individuais (por ordem alfabética):
Individuals (alphabetical order):

Adelaide Isaura (Porto)
Alexandra Manes (Açores)
Alexandre Miguel Carneiro (Braga)
Ana Figueiredo (Coimbra)
Ana Margarida Henrique (Açores)
Ana Rita Brito (Coimbra)
Ana Sampaio (Samouco)
Ana Teresa Bahia Simões (Açores)
Andreia Simões Ribeiro (Açores)
Andreia Luís (Açores)
Ana Lúcia Santos (Coimbra)
Ana Sofia Dantas da Costa (Lisboa)
Antónia Wallenstein Teixeira (Açores)
António Eduardo de Sousa (Açores)
António José Paiva Correia (Porto)
Armando António Mestre Frade (Lagos)
Bebiana Gonçalves (Barreiro)
Carlos Ricardo (Oeiras)
Carolina Ferraz (Açores)
Carolina Rebelo Lino (Açores)
Cassilda Pascoal (Açores)
Celme Tavares (Aveiro)
Clara Rego Costa Cymbron (Açores)
Clara Queiróz (Açores)
Cláudia Campos (Viana do Castelo)
Cláudia Nogueira Vantacich  (Lisboa)
Cristina Bahia Simões (Lisboa)
Cristina Duarte (Porto)
Cristiano Toste (Açores)
Dalila Teixeira (Porto)
David Santos (Açores)
David Silva (Aveiro)
Deodato Magalhães de Andrade Melo (Lisboa)
Érica D’el Rei Perello (Açores)
Elsa Almeida (Lisboa)
Elsa Pinto (Porto)
Fábio Salgado (Nazaré)
Fernando André Rosa (Lisboa)
Francisca Mello Ávila (Açores)
Francisco Artur Vieira (Odivelas)
Francisco Parrot Morato (Oeiras)
Frederico Aleixo (Sintra)
Gonçalo de Portugal Tavares (Açores)
George Hayes (Açores)
Hugo Evangelista (Lisboa)
Hugo Ferreira (Porto)
Inês Santos (Lisboa)
Inês Ribeiro (Benfica)
Irene de Jesus Andrade (Açores)
Irene Margarida Magalhães de Andrade Melo (Cambridge, Inglaterra)
Isabel Ferreira (Ovar)
Joana Alvim
Joana Campos (Lisboa)
Joana Filipa Gomes (Mafra)
Joana Marques Silva (Coimbra)
João Nunes (Barreiro)
José de Andrade Melo (Açores)
José Ernesto Rodrigues (Açores)
José Manuel Ferreira (Algarve)
Jose Kersten (Algarve/Holanda)
Judite Fernandes (Açores)
Laura Diogo (Lisboa)
Lia Raquel Neves (Coimbra)
Lídia Fernandes (Açores)
Lúcia Ventura (Açores)
Luís Miguel Machado (Coimbra)
Luís de Vasconcelos Franco (Açores)
Luís Manuel Álvares Noronha Botelho (Açores)
Manuel Fontes Falcão
Maria do Carmo Gomes da Silva (Marinha Grande)
Maria Fonseca (Penacova)
Maria João Martins (Açores)
Luís Pimentel Estrela (Açores)
Maria José Milheiro (Açores)
Maria Soares de Sousa (Açores)
Maria de Fátima Bulhões Gago da Câmara (Açores)
Maria de Lurdes Carapelho (Vila Franca de Xira)
Maria do Carmo Barreto (Açores)
Maria Filipe (Lisboa)
Maria Fonseca (Penacova)
Maria Lurdes Freitas (Açores)
Mariana Ferreira (Leiria)
Mário Amorim (Vila Nova de Gaia)
Marta Santos (Coimbra)
Marius Donker (Algarve/Holanda)
Marlene Botelho (Açores)
Marlene Dâmaso (Açores)
Miguel Wallenstein Teixeira (Açores)
Nélia Melo (Açores)
Nelson Fraga (Açores)
Milton Cardoso (Açores)
Miguel Costa (Gondomar)
Miguel Fontes (Açores)
Miguel Martins (Lisboa)
Mónica Anjos (Coimbra)
Nuno Dâmaso Aguiar (Açores)
Patrícia Muge Biscaia Branquinho (Faro)
Patrícia Young (Açores)
Paula Costa (Açores)
Paula Machado (Açores)
Paula Sapage (Porto)
Paula Curi Garnett Melo (Açores)
Paulo Monteiro (Açores)
Paulo Wallenstein Teixeira (Açores)
Pedro Homero (Barreiro)
Pedro Santos (Viana do Castelo)
Katherine Bourliascos (França)
Ricardo Gouveia (Amadora)
Raquel Gamboa (Açores)
Rita Calvário (Barcelona)
Rita Magalhães Norberto (Açores)
Rita Bernardino (França)
Rodrigo Rivera (Açores)
Rogério Correia (Peniche)
Rosarinho Rangel (Sintra)
Rui Faustino (Portimão)
Rui Soares Alcântara (Açores)
Sandra Duarte Moço (Lisboa)
Telma Lima (Açores)
Sandra Botelho Costa (Açores)
Sara Marina Barbosa (Sintra)
Sara Gomes (Leiria)
Sara Pinheiro (Açores)
Sérgio Cerqueira (Sintra)
Sofia Cassiano de Medeiros (Açores)
Sofia Castelo (Shangai - China)
Sofia Lima (Açores)
Rui Manuel e Castro da Silva Barbosa (Braga)
Rui Soares Alcântara (Açores)
Teófilo Soares de Braga (Açores)
Uli Sharbinie (Indonésia)
Vânia Elias (Algarve)
Vasco Reis (Aljezur)
Vera Pires (Açores)
Victor da Cal (Carcavelos)
Vitor Guerra (Coimbra)
Vítor Miguel Pereira de Sousa Quental (Lisboa)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Imagem leva ao cancelamento de grupo de turistas aos Açores


O alerta foi dado no grupo de discussão do facebook "info açores".
A imagem acima, que circula há semanas nas redes sociais retratando um touro desmaiado numa tourada à corda na Ilha Terceira, terá levado um grupo de cerca de 85 turistas alemães a cancelar a visita aos Açores.

A informação gerou indignação entre muitos membros do grupo de discussão que contestam o facto da tauromaquia contribuir para uma má imagem da região, contrária à imagem de turismo de natureza desejada pela larga maioria dos açorianos.

Espera-se agora que o caso seja comunicado às entidades competentes, como exemplo do impacto negativo crescente que as touradas implicam à região.




domingo, 21 de julho de 2013

Campanha #pagartouradasnao


A Campanha nacional "PAGAR TOURADAS NÃO" denuncia os desvios dos impostos nos Açores para financiar a tauromaquia.

Participa, mostrando o teu repúdio e indignação com a má gestão dos dinheiros públicos na região. A tua participação demora apenas 30 segundos: basta entrar em http://basta.pt/agir-ja/, preencher nome, e-mail e localidade e clicar em enviar.

Não fiques indiferente, o silêncio só serve à injustiça.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Açoreana apoia tauromaquia. Boicote e escreva-lhes.

Entre em ação contra a tortura de touros.

A Companhia de Seguros Açoreana (http://www.acoreanaseguros.pt/ siteacoreanaseguros/) está a patrocinar uma tourada de praça no próximo dia 19 de Julho, em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores.

Escreva um e-mail a protestar pelo facto de as touradas, para além de serem um espetáculo bárbaro, constituírem um péssimo cartão de visita para uma região como os Açores.

Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.




Para: info@banif.pt

Cco: mcatacores@gmail.com



Exmos Senhores,

Foi com perplexidade e indignação que tomámos conhecimento que a Vossa empresa está a patrocinar uma tourada de praça que se realizará em Angra do Heroísmo no próximo dia 19 de Julho.

Como é do Vosso conhecimento as touradas para além de constituírem um espetáculo bárbaro desconceituarem a nossa terra aos olhos dos estrangeiros, cultos e amigos da natureza e dos animais, que nos visitam, são um dos veículos de promoção da insensibilidade e de deseducação para com o respeito que todos devemos ter para com os animais.

Como pessoas que querem o progresso da nossa Terra repudiamos a atitude da Companhia de Seguros Açoreana e apelamos para que reconsiderem a Vossa posição.

Os Açores não precisam do contributo de instituições que promovem o retrocesso civilizacional.

Apelaremos a todos os nossos conhecidos para deixarem de confiar nos Vossos serviços tais como nos prestados pelas restantes empresas do Grupo BANIF.

Com os melhores cumprimentos


(Nome)

(Localidade)



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Touradas arruínam economia dos Açores


Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores (MCATA)

Comunicado




MCATA manifesta que as touradas não trazem nenhum benefício económico

Muitas vezes é afirmado que as touradas são uma mais-valia económica para a ilha Terceira, por movimentar um importante volume de negócio no sector da venda de comidas e bebidas. Mas a verdade é que estes benefícios, que favorecem um sector económico certamente bastante reduzido, não dependem realmente da realização de touradas e sim da realização de qualquer tipo de festividade, como fica demonstrado pela idêntica vitalidade que este sector experimenta nos eventos e festividades sem nenhuma relação com a tauromaquia ou também nas numerosas festas, sem touradas, que acontecem nas outras ilhas.

E se olhamos para o produto mais consumido durante as touradas, a cerveja, vemos que, sendo este um produto importado, produzido fora da região, o seu consumo não traz nem produz nenhuma riqueza. Antes pelo contrário, é dinheiro que sai da região.

Falando propriamente das touradas, estas apresentam muitos aspetos económicos puramente negativos. Para começar, como acontece com qualquer tipo de espetáculos, as touradas não são uma atividade produtiva. Economicamente não produzem nenhuma riqueza nem recursos, unicamente os consomem.

Consomem, por exemplo, o dinheiro que durante as festas do Espírito Santo deveria ser destinado à solidariedade, à partilha, à oferta aos mais carenciados da sociedade, e que no entanto acaba por ser gasto maioritariamente nos touros. É portanto um dinheiro que, longe de respeitar o significado tradicional das festas, longe de ajudar as pessoas necessitadas da freguesia, cada vez mais abundantes nas atuais circunstâncias, é gasto no efémero espetáculo dos touros, sem proveitos, e que ainda acaba por levar algumas pessoas feridas para o hospital.

Consomem também o dinheiro das autarquias, como a de Angra do Heroísmo, que oferece cada ano 150 mil euros só para a realização de touradas de praça. E também consome muito dinheiro que o governo regional deveria destinar a políticas sociais muito mais necessárias mas que acaba, no entanto, por ir parar a futilidades como os 75 mil euros gastos num fórum tauromáquico ou os 150 mil euros gastos num monumento ao touro. Todo somado, o dinheiro público mal gasto no espetáculos das touradas dá uma elevadíssima quantia anual que a ilha, no atual contexto económico, não pode permitir-se desperdiçar por mais tempo.

E ainda podemos falar dos efeitos negativos para a economia que a contínua realização de touradas, mais de uma por dia, acaba por ter na produtividade dos terceirenses. Ou também das pastagens, públicas e privadas, destinadas atualmente para a cria de gado bravo e que não são aproveitadas para a produção de riqueza. Ou também do efeito negativo que as touradas têm sobre o turismo, quando os turistas estrangeiros procuram principalmente um turismo de natureza, oposto ao maltrato animal que é repudiado e considerado ilegal nos seus países.

Assim, para o MCATA fica claro que as touradas são na realidade um enorme buraco negro para a economia da Terceira e que a ilha só ganhava reduzindo o seu número ou mesmo acabando, no futuro, definitivamente com elas.

Açores, 17 de Junho de 2013
A Equipa do MCATA

domingo, 16 de junho de 2013

TopAtlântico apoia tauromaquia. Boicote e escreva-lhes



A Agência de Viagens TopAtlântico (https://www.facebook.com/topatlantico) está a promover as touradas integradas nas Sanjoaninas 2013. Escreva um e-mail a protestar pelo facto de as touradas, para além de serem um espetáculo bárbaro, constituírem um péssimo cartão de visita para uma região como os Açores. Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.

Para: lajes@topatlantico.com, terceira@topatlantico.com, s.miguel@topatlantico.com, horta@topatlantico.com, saldanha.cb@topatlantico.com, grupos.turismo@topatlantico.com,
Cc: governoregional@azores.gov.pt , info@artazores.com, acoresmelhores@gmail.com

Exmos Senhores,

Foi com perplexidade e alguma tristeza que tomámos conhecimento que a Vossa empresa está a promover as touradas integradas nas Sanjoaninas que se realizarão em Angra do Heroísmo entre os próximos dias 21 e 29 de Junho.

Como é do Vosso conhecimento as touradas para além de constituírem um espetáculo bárbaro desconceituarem a nossa terra aos olhos dos estrangeiros, cultos e amigos da natureza e dos animais, que nos visitam, são um dos veículos de promoção da insensibilidade e de deseducação para com o respeito que todos devemos ter para com os animais.

Como pessoas que querem o progresso da nossa Terra repudiamos a atitude da TopAtlântico e apelamos para que reconsiderem a Vossa atitude. Os Açores não precisam do contributo de instituições que promovem o retrocesso civilizacional.

Com os melhores cumprimentos

(Nome)

(Localidade)



The “TopAtlântico” travel agency ( https://www.facebook.com/topatlantico) promotes bullfighting in its Sanjoaninas 2013 program. Write an email to protest that the bullfights are, besides barbarian, a lousy visit card for a region like the Azores. You can use the text below or customize it to your liking.

To: lajes@topatlantico.com, terceira@topatlantico.com, s.miguel@topatlantico.com, horta@topatlantico.com, saldanha.cb@topatlantico.com,grupos.turismo@topatlantico.com,
Cc: governoregional@azores.gov.pt, info@artazores.com, acoresmelhores@gmail.com

Gentlemen, With amazement and sadness we noticed that your company is promoting bullfighting as part of the Sanjoaninas Festival in Angra do Heroísmo between June 21 and 29, 2013. As you know bullfights are not only a barbaric spectacle degrading our country in the eyes of foreign animal and nature friends who visit us, but also the instruments promoting miseducation and lack of our due respect for animals. As people, who strive for the progress of our country, we reject this attitude of TopAtlântico and we call on you to change your attitude. The Azores are not waiting for institutions that promote the deterioration of our civilization.
With the kind regards,
(Name)
(Place)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Trilhos Pedestres, Turismo e Touradas



TRILHOS PEDESTRES, TURISMO E TOURADAS

A 27 de Agosto de 2003, o Secretário Regional da Economia, Duarte Ponte, para justificar o facto dos seis trilhos pedestres da ilha Terceira estarem fechados, disse “os trilhos nem sempre são terrenos exclusivamente da região, muitos são privados ou locais que têm acesso ao gado bravo, que pode constituir uma ameaça à integridade física dos turistas” (Diário Insular, 27 de Agosto de 2003).

A 28 de Agosto de 2003, o Público trazia uma reportagem sobre as ilhas Terceira, Faial e Pico onde a dado passo se podia ler: “só a mania dos touros e das touradas, que aqui resiste em forma de “corrida à corda” pode causar repulsa aos defensores dos direitos dos animais” (DI, 30 Agosto de 2003).

A Comissão de Acompanhamento dos Percursos Pedestres da Região Autónoma dos Açores reuniu pela primeira vez a 26 de Julho de 2004, tendo o Eng. Paulo Barcelos, da associação Os Montanheiros, denunciado a apropriação ilícita, por particulares, de terrenos públicos da Secretaria Regional do Ambiente para “criação de touros, o que representa um sério risco para a vida ou integridade física dos utentes de dois trilhos que passam pelo Algar do Carvão”.

Nesta primeira reunião, o percurso Pico da Bagacina - Rocha do Chambre – Algar do Carvão, na Terceira, foi aceite, mas suspenso “até que termine a presente situação de invasão do trilho por gado bravo, à solta, com risco assinalável para a vida ou integridade física dos utentes”. Por seu lado, o percurso Alagadiços – Terra Brava – Algar do Carvão também foi aceite, “na condição de serem afixados avisos de perigo, devido a gado bravo nas imediações do percurso”.

A 7 de Dezembro de 2004, em reunião da Comissão de Acompanhamento dos Percursos Pedestres da Região Autónoma dos Açores deliberou “manter a suspensão dos trilhos PR1 TER [Pico da Bagacina - Rocha do Chambre – Algar do Carvão] e PR2 TER [Alagadiços – Terra Brava – Algar do Carvão] até se encontrar resolvida a situação que envolve gado bravo à solta em terrenos públicos. Paulo Barcelos informou que os procedimentos para a retirada dos animais já foram iniciados, com a colocação de editais, mas que na prática tudo se mantém. A Diretora Regional do Turismo comunicou que vai insistir junto da Secretaria Regional do Ambiente, para que seja dado seguimento à ação de desocupação das áreas em questão, de forma a poderem ser reabertos os referidos percursos.

Hoje, como é reconhecido por alguns serviços oficiais, a situação mantém-se de tal modo que considero não aconselhada a prática do pedestrianismo em alguns locais da ilha Terceira.

Em jeito de conclusão, e face ao exposto acima, facilmente se conclui que a tauromaquia contribui negativamente para o desenvolvimento do turismo de natureza que se tenta implementar nos Açores.

JS


sábado, 13 de abril de 2013

Na Terceira inventou-se uma raça?


Na ilha Terceira a indústria tauromáquica e todos os seus amigos em vários departamentos governamentais andam a falar numa raça de gado bravo existente apenas naquela ilha.

Vários especialistas consideram que não se pode falar em raças de gado bravo e o blogue “Pelos Touros Vivos”, reafirma que “A raça dita de "lide" não existe, é um embuste da indústria tauromáquica”, explicando o facto do seguinte modo:

“Normalmente, as raças bovinas são caracterizadas por três parâmetros: o peso, o perfil cefálico e as proporções corporais. Na suposta “raça brava” não é possível fixar parâmetros devido à grande variabilidade genética e diversidade de caracteres dos touros usados nos espectáculos tauromáquicos. Com efeito, entre os bovinos ditos de “lide” podem-se encontrar animais com morfologias, pelagem, cornaduras, perfil cefálico, tamanho e peso muito variados, pelo que não é possível distingui-los com clareza dos touros comuns (Bos Tauros). Não é de admirar, pois todos os bovinos existentes na actualidade, mansos e não mansos, descendem do mesmo antepassado comum – o Uro ou Auroch.

Os touros ditos de “lide” que existem na actualidade, para além de não constituírem uma espécie, não são uma verdadeira raça, mas sim um tipo de touros muito diversos entre si, que não pertencem a nenhuma raça bovina determinada.

Estudos apontam para cerca de 31 grupos genéticos distintos e para níveis elevados de diferenciação genética dos vários sub-grupos de touros de tipo “bravo” designados por “encastes”: Estes níveis de diferenciação são superiores aos que separam as raças de bovinos comummente aceites como tais. São pois animais mestiços, estando longe de estar provado com critérios científicos válidos que os touros que usam nas touradas são uma raça de bovinos distinta das demais. Para estarmos diante de uma raça propriamente dita tem de existir uma unidade de constituição hereditária, algo que não existe no caso dos bovinos de tipo “bravo”.”

Vejamos o que escreveu Pedro de Merelim, no seu livro Tauromaquia Terceirense:

Até porque o eminente professor Paulo Nogueira, no seu livro sobre as ilhas de S. Miguel e Terceira, escreve: “Os bois bravos da Terceira, embora se prestem perfeitamente ao toureio, não formam contudo uma raça ou variedade, no sentido a que estas palavras se dá na zootecnia. Os caracteres do gado bravo terceirense são diversos dos que distinguem a raça brava ribatejana; por outro lado também não diferem dos caracteres dos bois mansos da ilha; o que nos leva a crer que a bravura dos primeiros deriva apenas do regímen de liberdade e natural abandono em que vivem no interior dos matos ou criações”.

Ainda o já citado Jácome de Bruges, vai para quatro decénios, em periódico local, assevera:
“ É certo pois que o primeiro toiro bravo importado para reprodutor só veio para a Terceira haverá cerca de vinte anos. Foi seu dono o importante e progressivo lavrador João Coelho de Sousa Pacheco.

A este seguiram-se mais três touros bravos reprodutores, importados dois pelo sr. D. José Sieuve de Meneses e um pelo sr. António da Rocha Lourenço.

No corrente ano foi adquirido pelo nosso maior criador, sr. Manuel Corvelo Cardoso, um magnífico toiro da acreditada ganaderia de Emílio Infante.

“Foi apenas a seleção e a forma especial por que esse gado tem sido criado que deu os toiros de lide.

A avolumar o facto de não termos uma raça brava definida, alguns anos houve e bastante próximo, em que raro era o criador, dono de uma dúzia de vacas mansas ou pouco mais que não procurasse para reproduzir um boi bravo, sem inquirir se esse animal, sem nada melhorar, iria estragar alguma coisa boa que possuísse.

Sucedeu ficarem com gado nem bravo nem manso, espantadiço, e com muito menor aptidão lactígena.

Resta ainda anotar que não falta quem admita ter vindo gado bravo de Espanha, depois da chegada dos Castelhanos. Outra hipótese aceitável, embora Jácome de Bruges seja perentório na sua afirmativa de só há sessenta anos se haver importado o primeiro toiro bravo de estirpe.”

Mas como se sabe que não existe, então as entidades oficiais decidiram criar uma raça brava dos Açores, a única que tem poderes sobrenaturais capaz de ocupar um ecossistema sensível de modo que “outros bovinos não o conseguem valorizar”. Para tal foi aprovada a Portaria nº 45/2010, de 6 de Maio, que aprova o Regulamento do Registo Zootécnico da População Bovina Brava dos Açores, com o objetivo de se “encaminhar futuramente para a formação de uma raça Brava dos Açores como variante da raça bovina Brava”, cuja existência é mais do que duvidosa.

José Ormonde

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O lilás da ilha Terceira



Quando me desafiaram a escrever para esta página, enquanto Açoriana e Terceirense, não sabia bem o que podia dizer que já não tivesse sido dito nos últimos 100 anos, acerca de tradições bárbaras que teimam, à custa de poucos, em persistir.

Aproveitei, então, a oportunidade para juntar um outro assunto não menos incómodo: a base das Lajes, que a juntar-se às tauromaquia fazem da ilha um ponto de repúdio por parte de todas as pessoas que desenvolveram sentimentos anti-militaristas e têm o mínimo de sensibilidade perante questões de direitos humanos e ambientais.

Não nos falta nada, criamos animais para nos divertirmos a humilha-los e ganhamos uns trocos à custa de guerras mais ou menos explicitas. Estamos manchados de sangue e sofrimento, e essa mancha cobre o nosso povo de vergonha.

Falharam redondamente ao atribuírem uma cor à Terceira. Lilás? Como pode ser lilás? Lilás é cor das lutas pelos direitos humanos, pela igualdade de género, pela liberdade e igualdade sexual. Lilás é o que dá cor às lutas sociais por um mundo mais justo e digno.

O lilás dissolve-se quando falamos da Terceira. Dissolve-se em cores tristes, humilhantes e desonestas, quando desta ilha só conhecem uma base militar, que nos coloca nos itinerários de guerras que não nos pertencem, e a tauromaquia que, inacreditavelmente, merece mais atenção e “cuidados” - pois sabemos que à custa dela poucos ganham muito – do que o estado da educação ou políticas de ação social de combate à fome na infância, por parte de autarcas e deputados regionais.

Lilás, dizem eles.

Querem que tenhamos orgulho. Do quê? De sermos incapazes de aplicar as tradições ao conhecimento que a humanidade tem hoje? De sermos representados no Parlamento Regional por portadores de pensamentos e discursos saídos dos anos 50? Orgulho em termos ficado conhecidos por termos recebido Blair, Bush, Durão e Aznar quando decidiram matar milhões, durante a Cimeira das Lajes/ Cimeira da Guerra?

Ilha lilás, querem que acreditemos.

Orgulho teremos quando já não tivermos vergonha. Orgulho teremos quando tivermos a coragem de romper com o passado que nos incomoda. Orgulho teremos quando não nos pertencer o auge do conservadorismo e moralismo. Orgulho teremos quando não estivermos na lista de sítios a boicotar por humanistas e ecologistas. Orgulho teremos quando deixarmos de financiar a barbárie e mais ninguém viver à custa da violência.

Talvez esteja na hora de fazermos juz à cor que nos deram, meu povo!
Vivemos tempos de mudança, em que os ataques e roubos que fizeram às bases sociais ficaram a olho nu. A educação, a ação social, a saúde, a cultura que desenvolve o espírito e pensamento critico, não podem continuar a ser o parente pobre, o filho bastardo, os restos do prato das políticas dos governantes e representantes da ilha.
Talvez esteja na hora de dizer basta e exigir um presente e futuro dignos, que não nos envergonhem mais.

Está na hora de ser lilás!

Francisca M. Ávila
Santiago do Chile







terça-feira, 12 de março de 2013

Tortura é património?

Com a classificação da tauromaquia como Património Cultural Imaterial a Graciosa isola-se do Mundo Civilizado

No dia 26 de Fevereiro de 2013, a Assembleia Municipal da Graciosa aprovou uma proposta no sentido de classificar a tauromaquia como património cultural imaterial.

A tourada já existiu em quase todos os países europeus e terá chegado a Portugal através dos espanhóis, a provar o afirmado basta o exemplo de alguns vocábulos usados: afición, faena, chicuelina, tentadero, templados, derechazos, quiebros, revolera, etc.

Hoje, restam poucos países onde as touradas ainda são permitidas e já não são motivo de orgulho para ninguém.

Em pleno século XXI, não é aceitável uma “cultura” que fomenta a violência e glorifica a barbárie e a tortura de animais, que divide as pessoas e que deseduca e habitua as crianças e jovens.

Mais do que estimular tradições ditas locais (sabe-se que a tourada foi “exportada” da Terceira para a Graciosa), os autarcas da Graciosa deviam apostar em atividades que beneficiassem a ilha em termos culturais , sociais e económicos.

Não tendo tirado o devido partido, em termos de promoção da ilha, da Classificação da Graciosa como Reserva da Bioesfera os autarcas com a sua decisão assumiram uma visão populista que se destinou apenas a servir os interesses da indústria tauromáquica da ilha Terceira.

Isolada no contexto regional, a decisão da Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa, colocou a ilha na lista das localidades onde impera a insensibilidade e onde torturar um animal para divertimento é um ato banal que tem a anuência dos políticos locais.

A partir de agora a Graciosa vai ficar mais isolada do Mundo civilizado.

A história não se esquecerá nem perdoará os autarcas da Graciosa que votaram a favor da classificação da tauromaquia como património cultural imaterial.


Açores, 11 de Março de 2013

Abrigo- Associação de Protecção à Fauna e à Flora (Azambuja)
APAAC - ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS ABANDONADOS DO CARTAXO
AAT - Algarve pela Abolição da Tauromaquia
Associação Agir pelos Animais (Coimbra)
Associação dos Amigos dos Animais da Graciosa
Associação Projecto Animais de Barcelos
A.P.D.A.A. - Associação Portuguesa de Direitos dos Animais e do Ambiente
ASPA- Associação Scalabitana Proteção de Animais
CAES- Coletivo Açoriano de Ecologia Social
CADEP-CN- Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural
CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal
MATP (A)- Movimento Anti Touradas de Portugal- Açores
MCATA- Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores
Midas - Movimento Internacional em Defesa dos Animais
Movimento Internacional Anti-Touradas


By considering bullfighting its cultural and intangible heritage, Graciosa Island isolates itself from the civilized world.

On February 26, 2013, the town council of Graciosa Island approved a proposal to classify bullfighting as cultural and intangible heritage.

Bullfighting used to exist in almost every European countries and started in Portugal through Spanish influence, and to prove it one just needs to recall some of the used words: afición, faena, chicuelina, tentadero, templados, derechazos, quiebros, revolera, etc.

Today there are very few countries where bullfights are still allowed since they are no longer something to be proud of.

In the 21st century a “culture” which promotes violence and glorifies the barbaric torture of animals is no longer acceptable, misguiding and desensitizing both children and young people, while dividing people’s opinions.

Rather than stimulating supposed local traditions (it is common knowledge that bullfighting was imported from Terceira Island), the local councilors from Graciosa should be fostering cultural, social and economical activities that enrich and praise the land and its people.

Neglecting to fully and truly promote the island as a biosphere reserve, the local councilors embraced through this decision a populist proposal aimed to serve the interests of the bullfighting industry from the Island of Terceira.

Isolated from the regional context, the town council of Santa Cruz, Graciosa Island, placed itself on the list of places where insensitivity rules and where torturing an animal for entertainment is a common act under the consent of local politicians.

From this day forward Graciosa will become even further isolated from the civilized world.

History will not forget nor forgive these local councilors that voted in favor of the classification of bullfighting as Graciosa’s cultural and intangible heritage.


quarta-feira, 6 de março de 2013

Pelo fim dos subsídios públicos à tauromaquia nos Açores


O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) condena a rejeição por parte dos partidos da maioria da petição pública “Pelo fim dos subsídios públicos à tauromaquia nos Açores”, apresentada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) e discutida em sessão plenária no passado dia 22 de fevereiro. O MCATA lamenta igualmente que a maior petição pública apresentada até o momento na região, com quase 2.500 assinaturas, tenha sido ignorada durante meses, discutida em plenário sem conhecimento dos primeiros peticionários, e finalmente rejeitada com base em argumentos falsos e despropositados. Com esta atitude a Assembleia e os partidos mais votados fizeram um fraco serviço à democracia e à tão desejada participação pública da cidadania nos assuntos que lhe dizem respeito.

O MCATA quer manifestar a sua indignação por alguns argumentos e atitudes utilizados no plenário da ALRAA, e assim gostava de salientar que:

A ALRAA não pode agora olhar para o outro lado e ignorar o tema dos subsídios públicos dados à tauromaquia precisamente quando o número de touradas realizadas na região duplicou nas duas últimas décadas devido ao número crescente de apoios públicos dados a esta actividade pelo governo regional e pelas autarquias. Se durante muitos anos sobrou tanto dinheiro público para oferecer à industria tauromáquica, agora, num momento de tantas dificuldades para a região, parece ser de elementar justiça cortar definitivamente com esses apoios.

Não é eticamente aceitável que todos os cidadãos açorianos estejam a pagar através dos seus impostos a manutenção da actividade tauromáquica quando a grande maioria deles mostra uma profunda aversão contra a realização destas práticas cruéis e violentas, proibidas na maioria dos países e que só continuam a estar permitidas em Portugal devido a uma absurda excepção introduzida nas leis vigentes. Nenhuns contribuintes podem estar obrigados a pagar para a realização duma actividade anacrónica, violenta e minoritária, quando ao mesmo tempo estão a passar por tantas dificuldades económicas e estão a lutar diariamente para manter os seus direitos mais básicos, como são a alimentação, a habitação, a saúde ou a educação.

Os deputados da ALRAA têm todas as competências necessárias em matéria de política educativa e cultural para decidir que actividades recebem ou não subsídios regionais. Queremos relembrar que estes subsídios têm-se traduzido nos últimos anos em quantidades muito elevadas, como por exemplo os 69.850 euros atribuídos a fundo perdido por parte da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas em 2009 ou os 75.000 euros atribuídos pelo Governo Regional para a realização dum Fórum tauromáquico em 2012. Mas também têm-se traduzido em quantidades pequenas e muito regulares, como demonstra o facto de só nos últimos meses terem sido já atribuídos mais 22.700 euros.

O MCATA quer ainda denunciar as tristes declarações proferidas na ALRAA pelo deputado Luís Rendeiro, do PSD, a propósito desta Petição. Só podemos qualificar como completamente disparatadas, ou mesmo cómicas, afirmações como que os touros são respeitados nas touradas, que as touradas são essenciais para o turismo da região, que têm retorno para o bem-estar social, ou que são um contributo para a manutenção dos ecossistemas naturais. Achamos que todos os peticionários e a sua proposta mereciam mais respeito por parte deste deputado.

O MCATA manifesta que vai continuar a lutar pelo fim dos subsídios públicos à tauromaquia nos Açores, fim que considera justo e legítimo, mediante a realização de novas acções e campanhas (http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt).

Açores, 3 de Março de 2013

A Equipa do MCATA


ANEXO

Alguns subsídios atribuídos diretamente pelo Governo Regional à indústria tauromáquica:
(ARCTTC - Associação Regional de Criadores de Toiros da Tourada à Corda; TTT - Tertúlia Tauromáquica Terceirense)

50.000 € - ARCTTC (Portaria nº 30/2004, de 6 de Janeiro de 2004)

35.000 € - ARCTTC, 2004, a fundo perdido pela Secretaria Regional da Agricultura e Pescas (Portaria nº 500/2004, de 7 de Setembro de 2004)

66.000 € - ARCTTC (Portaria n.º 634/2005 de 13 de Dezembro de 2005)

109.448 € - ARCTTC (Portaria n.º 491/2008 de 24 de Julho de 2008)

50.000 € - TTT (2008, Listagem de subsídios atribuídos ao abrigo do DLR nº18/2005/A)

7.500 € - Tertúlia Tauromáquica Picoense (Portaria nº 575/2008, de 19 de Agosto de 2008)

69.850 € - ARCTTC, 2009, a fundo perdido pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas (Portaria nº 394/2009, de 9 de Junho de 2009)

49.000 € - ARCTTC (2009, Subsídio da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas)

68.585 € - TTT (2007-2013, Prorural)

3.000 € - Grupo de Forcados Amadores da TTT, 2011, corrida promocional no Campo Pequeno, pela Secretaria Regional de Economia (Despacho de 17 Novembro de 2011)

No último ano, 2012:

75.000 € - TTT (pelo Governo Regional para a realização dum Fórum tauromáquico)

5.000 € - Delegação Açores Casa Pessoal RTP, 5ª tourada à corda

2.000 € - TTT, pela Presidência do Governo Regional (Despacho nº 1451/2012, de 22 de Outubro de 2012)

5.000 € - ARCTTC, pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas (Portaria nº 1700/2012, de 31 de Outubro de 2012)

15.700 € - ARCTTC, pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas (Portaria nº 1771/2012, de 16 de Novembro de 2012)


domingo, 13 de janeiro de 2013

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

“O meu movimento”, no portal do governo, deve querer dizer alguma coisa


por Francisca Ávila
admin 01/01/13 22:17 - Mostrar item original




“O meu movimento” é uma plataforma virtual, criada no portal do governo da república. Nas palavras dos mesmos, a iniciativa pretende “dar uma oportunidade a todos de participar no debate sobre o futuro do nosso país. De uma forma lúdica e simples, qualquer cidadão português pode defender as causas em que acredita, fazendo-se ouvir por todos – e especialmente pelo seu Governo.” No entanto, para além de uma conversa pessoal com Passos Coelho, nada sabemos sobre o que pretende o governo fazer com as causas vencedoras.
No dia 30 de dezembro terminou a votação na segunda edição do concurso. A segunda, porque a primeira terminou no início de 2012, e pouco ou nada diferiu da segunda. Nas duas edições foram criados centenas de movimentos mas o tema transversal aos que sempre lideraram as tabelas de mais votados foi claro como água, e só deixou dúvidas a quem as quis ter. Alteração do estatuto jurídico dos animais, fim do uso de animais em circos, interdição de menores em espetáculos tauromáquicos, fim dos canis e gatis de abate ou nova lei de proteção animal foram causas que se mantiveram nos primeiros lugares. Está à vista, para quem quiser ver, que na sociedade portuguesa há uma preocupação crescente e ativa com questões relacionadas com a proteção animal. Mas a população apostou em força noutra causa, tanto na primeira como na segunda edição, a causa anti-tauromáquica.
Na primeira edição o Movimento do Sérgio manteve-se imperturbável, do início ao fim, no primeiro lugar do concurso, era o movimento pelo “Fim das Corridas de Touros”. Agora, na segunda edição, os portugueses continuaram a manifestar o seu profundo desagrado com a prática de espetáculos tauromáquicos em Portugal, acrescido ao facto de agora perceberem que estes são feitos à custa dos seus impostos. Assim, saiu vencedor o Movimento do Rui Manuel, pelo “Fim dos Dinheiros Públicos para as Touradas”.
Ao longo de 2012 assistimos a uma expressão popular clara de repúdio ao uso dos dinheiros públicos para a tauromaquia. Foram criados movimentos, feitas campanhas, entregues petições, em território continental e nas nossas ilhas dos Açores. Felizmente, o arquipélago da Madeira não padece deste mal. Assistimos também, pelas mãos do PEV e do BE, o assunto a ser levado à Assembleia da Republica, prova de que a voz das pessoas se faz ouvir, ainda que só por alguns.
Mas não pode ser só por alguns, não pode, porque o governo de Passos Coelho criou um espaço para que as pessoas pudessem defender as suas causas ao criar uma iniciativa que dá oportunidade aos cidadãos de exporem as razões pelas quais defendem causas, na primeira pessoa, ao primeiro-ministro de Portugal.
Com toda a legitimidade, exige-se agora que o governo de Passos Coelho aja com alguma coerência e dê respostas às situações que ele próprio criou. O governo de Passos Coelho disse querer ouvir os cidadãos e os cidadãos falaram, falaram e foram claros. Agora, resta-lhe cumprir a sua parte sem demoras, sem rodeios e sem touradas.


Francisca Ávila


Publicado em Faial Online