domingo, 10 de novembro de 2013

O que é a sorte de varas?



(Informação do médico veterinário José Enrique Zaldivar Laguia , clínico e presidente da AVATMA. Tradução do médico veterinário Vasco Reis).

Durante a tourada, e durante um período de aproximadamente 15 minutos, o touro é submetido à sorte de varas.

Assim que ele entra na arena é atraído através de uma série de passes com a capa e é submetido à sorte de varas - o "acto” da lança.

Nesta parte, o picador (lanceiro) utiliza a ponta da lança, “puya”, garrocha, que é um instrumento pontiagudo com cerca de 9 centímetros de comprimento, dividido em duas secções: uma ponta em forma de cone de cerca 3 centímetros e uma outra de aço em forma de corda de cerca de 6 centímetros de comprimento. Este instrumento destina-se a ferir certos músculos e ligamentos do cachaço, parte superior do pescoço do touro. O objectivo deste acto é facilitar o trabalho do toureiro pois, uma vez que estas estruturas anatómicas foram feridas, o touro não vai ser capaz de levantar a cabeça . “Infelizmente” não é só isso que acontece. É sabido que 90 % das estocadas com a lança são feitas muito mais para trás, onde as vértebras estão muito menos protegidos. Além disso, como resultado de golpes ilegais (proibidos) dos picadores , tais como “furar” (torcendo a lança no pescoço do touro como um saca-rolhas) ou o "entra e sai" (aprofundar e aflorar a lança várias vezes sem a retirar, de modo a que uma lança tem o mesmo efeito como tendo sido utilizada várias vezes, o que impede o touro de fugir quando sente a dor), as feridas são muitas vezes terríveis.

A hemorragia causada por estes métodos faz com que a perda de sangue possa ser de até 18% , enquanto a (entre aspas irónicas) quantidade "desejável" é de 10% . Devido a esses movimentos, uma lança pode produzir feridas com mais de 20 cm de profundidade, e entrar no corpo em até cinco sentidos diferentes, ferindo muitas estruturas, inclusivé quebrando estruturas ósseas.

Os taurófilos (taurinos) argumentam, que o uso da “puya” serve para "aliviar" o touro da sua bravura e excitação na lide. No entanto, o que acontece com a tortura da “puya” não é um descongestionamento simples, porque o touro assim perde até 10 litros de sangue, visto que ao se aprofundar e aflorar sucessivamente a “puya”, se chega a provocar uma ferida muito profunda . Outra estatística é, que apenas 4,7% do cravar da “puja” conseguiu cortar os músculos do pescoço e deixar o resto da anatomia local intacta.

O que geralmente se corta com má pontaria da “puya”, são músculos dos membros anteriores e do tronco. Por isso tropeçam e caiem touros.

Dados: o touro tem cerca de 36 litros de sangue. Com a sorte de varas o animal perde cerca de um terço do sangue, sua força vital.

São manobras ilegais do picador (o cravar e tirar, a acção de saca-rolhas e a de perfuração), que fazem  a puya penetrar mais do que esses 7,6-8,9 cm, sendo que em 70% dos casos, as lanças são cravadas por detrás do andiron e da cruz, e aí sendo menos protegidas pelos grandes músculos do pescoço, podem atingir e ferir estruturas ósseas.

(recebido por e-mail)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vacada de São Martinho


Pedido de envio de e-mails:

Para:
presidente@alra.pt, aluis@alra.pt, anunes@alra.pt, arodrigues@alra.pt, aparreira@alra.pt, bchaves@alra.pt, bmessias@alra.pt, boliveira@alra.pt,ccardoso@alra.pt, cfurtado@alra.pt, cmendonca2@alra.pt, dcunha@alra.pt, dmoreira@alra.pt, fcesar@alra.pt, fcoelho@alra.pt, gracasilva@alra.pt,inunes@alra.pt, irodrigues@alra.pt, jcontente@alra.pt, jmgavila@alra.pt, jsan-bento@alra.pt, lmachado@alra.pt, lmaciel@alra.pt, lrodrigues@alra.pt,mcouto@alra.pt, micosta@alra.pt, mpereira@alra.pt, pborges@alra.pt, pmoura@alra.pt, rcabral@alra.pt, rcbotelho@alra.pt, rveiros@alra.pt,aamaral@alra.pt, amarinho@alra.pt, aventura@alra.pt, apedroso@alra.pt, bbelo@alra.pt, calmeida@alra.pt, clopes@alra.pt, cpereira@alra.pt,dfreitas@alra.pt, hmelo@alra.pt, jandrade@alra.pt, jbcosta@alra.pt, jmacedo@alra.pt, jmachado@alra.pt, jparreira@alra.pt, lcgarcia@alra.pt,lmauricio@alra.pt, lrendeiro@alra.pt, rcordeiro@alra.pt, vvasconcelos@alra.pt, alima@alra.pt, gsilveira@alra.pt, lsilveira@alra.pt, zsoares@alra.pt,apires@alra.pt, pestevao@alra.pt, presidencia@azores.gov.pt,
CC: acoresmelhores@gmail.com


Exmo. Sr.,
Presidente do Governo Regional dos Açores,
Deputado(a) da ALRA

Está anunciada a realização duma “vacada” no dia 9 de novembro na freguesia de Santa Cruz, concelho da Lagoa, evento que aparentemente conta com licença por parte da câmara municipal. Esta “vacada”, enquadrada nas festas de São Martinho, não acontece pela primeira vez, tendo sido realizada igualmente em anos anteriores.

No entanto, tal como foi já denunciado em anteriores ocasiões, a realização deste evento é manifestamente contrária à lei por se realizar fora da temporada estipulada legalmente para as manifestações taurinas.

O Decreto Legislativo Regional n.º 37/2008/A, de 5 de agosto, alterado pelo DLR n.º 13/2012/A, de 28 de março de 2012, que estabelece o regime jurídico de atividades sujeitas a licenciamento das câmaras municipais na Região Autónoma dos Açores, estabelece no seu Capítulo XIII o regime jurídico aplicável às touradas à corda, que segundo o n.º 2 do artigo 42.º se aplica também às manifestações taurinas enumeradas no artigo 43.º, entre as quais a “vacada em cerrado”. Ora, segundo o n.º 1 do artigo 49.º estas manifestações taurinas só podem realizar-se no período compreendido entre o dia 1 de maio e o dia 15 de outubro de cada ano civil.

Assim, a referida “vacada” anunciada no concelho da Lagoa para o dia 9 de Novembro não se enquadra dentro do período legal. No entanto, em profundo desrespeito pela lei, a câmara municipal da Lagoa continua a emitir cada ano licenças para a realização deste evento.

De referir ainda que no evento do passado ano foram registadas situações graves de evidente maltrato animal. Os animais, transportados durante longo tempo em caixas fechadas, manifestaram signos de desidratação. Um deles partiu um chifre no decorrer do evento, com grande perda de sangue, o que não foi considerado suficiente por parte dos organizadores para o animal deixar de ser burlado, acossado e puxado pela corda, com total desprezo e insensibilidade para com o seu sofrimento.

Desta forma venho manifestar o meu repúdio pela realização deste tipo de espectáculos violentos onde são maltratados animais, mesmo na ilha de São Miguel onde as touradas nunca foram tradição. E também o meu veemente protesto pelo contínuo desrespeito que um órgão municipal como a câmara da Lagoa mostra pela legislação aprovada pela Assembleia Legislativa dos Açores e pelos seus deputados. A imagem pública dos Açores e do povo açoriano fica gravemente prejudicada com lamentáveis e bárbaros espectáculos como estes.

Atentamente

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não vá ao São Martinho na Lagoa



A todas as pessoas singulares ou coletivas, solicita-se o envio do e-mail, abaixo dirigido ao presidente da Câmara Municipal da Lagoa (São Miguel – Açores) a solicitar o não apoio à vacada que está marcada para o próximo dia 9 de Novembro.
Muito obrigado


Enviar para:

gabpres-cml@mail.telepac.pt, jfsantacruz-lagoa@sapo.pt,


Ex. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Lagoa,
Exmo Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz

Tomei conhecimento de que se irá realizar na Freguesia de Santa Cruz, no próximo dia 9 de Novembro, uma vacada e venho por este meio manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento, uma vez que as vacadas, contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais.

Como muito bem escreveu o Médico Veterinário Vasco Reis “Vacadas e garraiadas contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas.

A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como “espetáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem". Mesmo que não tenha sangue, é responsável por muito sofrimento dos animais. Contribui, certamente, para a perda de sensibilidade de pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela cruel tauromaquia. É indissociável de futilidade, sadismo, covardia.

Vimos solicitar a Vossa Exª que tem apoiado as vacadas realizadas em anos para que reveja a sua posição e para os prejuízos que poderão advir para o Concelho da Lagoa pelo facto do mesmo passar a figurar na lista de cidades e concelhos a serem evitados por todos os turistas e pessoas de bem que para além de procurarem locais onde a natureza esteja imaculada também dão preferência a populações que respeitem os animais.

Com os melhores cumprimentos

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