terça-feira, 24 de novembro de 2015

Assine e divulgue a petição: Tourada à corda não é património cultural




Assine aqui:
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=tcordanaoepatrimonio



Em Defesa das Crianças, do Bem-estar Animal e dos Açores - Tourada à Corda não é Património Cultural Imaterial

Para: UNESCO, Comité dos Direitos da Criança da ONU, Parlamento Europeu, Governo dos Açores, Governo de Portugal.


Está em curso, na ilha Terceira (Açores), uma tentativa de candidatura da tourada à corda a Património Cultural Imaterial da UNESCO.

Nós, pessoas individuais e coletivas, abaixo assinadas, entendemos que a tourada à corda não pode nem é digna de figurar como Património Cultural Imaterial pelas seguintes razões:

1- É uma tradição associada à crueldade contra animais que ao contrário do que é afirmado pelos promotores, frequentemente, se traduz em ferimentos e mesmo na morte dos mesmos. Assim sendo, é contrária a vários documentos internacionais que condenam os maus tratos aos animais e colide frontalmente com os princípios definidos na Declaração Universal dos Direitos dos Animais;

2- É uma prática que anualmente é responsável pela morte de alguns participantes humanos e de uma média de cerca de trezentos feridos, alguns com bastante gravidade;

3- A presença de crianças e adolescentes como participantes ou simples assistentes nas touradas à corda contraria a recomendação, de 2014, do Comité dos Direitos da Criança da ONU, que pede para afastar as crianças da tauromaquia e que, entre outras medidas, recomenda também a promoção de campanhas de informação sobre “a violência física e mental associada à tauromaquia e ao seu impacto nas crianças”;

4- É uma atividade não consensual na sociedade açoriana, e em todo o mundo, onde parte significativa da população açoriana não só não se identifica como repudia as diversas modalidades tauromáquicas, não sendo por isso “um elemento vivificador da identidade cultural comum”.

Face ao exposto, solicitamos a intervenção das várias entidades a quem é destinada esta petição de modo a ser rejeitada qualquer proposta de candidatura sobre este assunto, bem como que desenvolvam todos os esforços no sentidos de proteger as crianças açorianas e não permitir que uma prática violenta, bárbara e anacrónica seja classificada como Património Cultural Imaterial.


Proponentes

Regionais:
CAES - Coletivo Açoriano de Ecologia Social
GCAT - Grupo Central Anti-Tourada
MATP-DA - Movimento Abolicionista da Tauromaquia de Portugal - Delegação dos Açores
MCATA - Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores

Nacionais:
ABRIGO - Associação de Proteção à Fauna e à Flora (Vale do Paraíso-Azambuja)
ADAPO - Associação de Defesa dos Animais e Plantas de Olhão
AEZA - Associação Ecologista e Zoófila de Aljezur
AGIR pelos Animais
Alaar - Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua
AMIAMA - Amadora
ANIMAL
Animais de Rua
Associação AGIR pelos Animais
Associacao dos Amigos dos Animais Abandonados de Loulé
Associação Cantinho dos Animais Évora
Associação Gato de Rua
Associação Patas Errantes
Campanha Esterilização Cães e Gatos
Cedar Center for Animals
Évora Anti Tourada
Mafranimal - Associação de Ajuda Animal
MAT - Marinhenses Anti Touradas
MATP - Movimento Abolicionista da Tauromaquia de Portugal
MIAR Évora (Movimento para a Integração de Animais de Rua)
MIAT - Movimento Internacional Anti-Touradas
Quebra do Silêncio (Blogue)
Senhores Bichinhos

Internacionais:
AnimaNaturalis - Ecuador
ARCA BRASIL - Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal
ARCA - Fundacion Protetora de Animales – Equador
Asociación Potosina por la dignidad animal A.C. (APDA) - México
CAS International (Comité Anti Stierenvechten) - Holanda
Crac Europe
Perú Antitaurino
Plataforma La Tortura no Es Cultura - Espanha



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sobre a dificuldade em abandonar tradições: o caso das touradas




Sobre a dificuldade em abandonar tradições: o caso das touradas

As tradições, quer sejam boas quer sejam más, exercem uma indiscutível influência sobre as pessoas, de tal modo que, apesar de toda a evolução científica e cultural existente, tolhem os pensamentos e levam por vezes a que sejam mantidas práticas bárbaras e anacrónicas. Sobre este assunto, a seguinte frase de Karl Marx (*) é bastante elucidativa: “ A tradição das gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”.

Mas se o peso das tradições é plúmbeo, por que razão na nossa terra há tradições que desaparecem e outras que persistem e expandem-se?

Para tentar responder à questão, vamos dar dois exemplos: as batalhas de flores que eram comuns pelo menos em São Miguel no início do século passado e que caíram no esquecimento e as touradas que estiveram confinadas à ilha Terceira e que se expandiram para outras ilhas.

Tal como outras tradições que foram desaparecendo, as batalhas das flores não tinham a montante nenhuma indústria organizada que necessitava que o seu “consumo” aumentasse para poder viver, daí terem caído no esquecimento sem que houvesse alguém que lutasse pela sua continuidade.

No caso das touradas, vamo-nos restringir às touradas à corda, para além do vício que cria o dito espetáculo, que anda intimamente associado ao consumo de álcool, há a indústria tauromáquica que para sobreviver precisa que a tradição se mantenha e, por causa da concorrência entre ganadarias, necessita ue a tradição se expanda. Para exemplificar o exposto, com o apoio indireto da hipócrita Comunidade Europeia e direta dos Governos Regionais e das autarquias, em quarenta anos o número de touradas à corda quase duplicou na ilha Terceira, passando de 121, em 1975, para 226, em 2015.

Para além do referido, se não se tratasse de um negócio “sujo”, pois envolve maus tratos a animais e ferimentos e mortes a outros animais que se dizem superiores e racionais, que interesse teria o lóbi das touradas na sua expansão para outras ilhas?

Por que razão os aficionados terceirenses das touradas não se esforçam por alargar as famosas danças e bailinhos da sua ilha ao resto do arquipélago? Por que razão não se esforçam por classificar as danças e bailinhos como Património Cultural e Imaterial e andam a pressionar para que sejam as touradas classificadas como tal?

Por último, uma nota de humor. Embora sabendo que há outros critérios para a classificação de uma tourada como tradicional, o que obriga a que a mesma se realize há pelo menos 15 anos leva-me a pensar se deve ser tradicional tudo o que se repete.

Assim, é mais do que provado que desde que foi construído o edifício dos Paços do Concelho de Vila Franca do Campo há a tradição de durante os arraiais das festas religiosas utilizar as traseiras do mesmo como mictório.

Será que por já ocorrer há algumas centenas de anos, urinar contra as paredes daquele edifico poderá ser considerado tradição e como tal, embora a contragosto dos moradores, uma ação a ser devidamente protegida e acarinhada?


(*) Como se trata de um autor polémico e com muitos críticos sobretudo entre os que nunca o leram, aqui vai uma citação de um autor mais consensual, Albert Einstein: “A tradição é a personalidade dos imbecis”.


José Serrote da Vila


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Entre em ação: proteste contra vacada na Lagoa




VACADA DE SÃO MARTINHO UMA VERGONHA PARA A LAGOA

Está marcada para o próximo dia 7 de novembro uma vacada integrada nas “festas” em honra de São Marinho. Escreva à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia de Santa Cruz a manifestar a sua indignação.

Contatos para envio de e-mails:
ana.melo@lagoa-acores.pt, veronica.almeida@lagoa-acores.pt, jfsantacruz-lagoa@sapo.pt, diariodalagoa@sapo.pt



Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal da Lagoa
Exma. Senhora Presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz

Tomei conhecimento de que se irá realizar na Freguesia de Santa Cruz, no próximo dia 7 de Novembro, uma vacada e venho por este meio manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento que em nada dignifica o concelho da Lagoa.

Como muito bem escreveu o Médico Veterinário Vasco Reis, “vacadas e garraiadas contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas”.

A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como “espetáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem". Mesmo que não tenha sangue, é responsável por muito sofrimento dos animais. E contribui, certamente, para a perda de sensibilidade das pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela cruel tauromaquia. É indissociável de futilidade, sadismo, covardia.

Vimos solicitar a Vossa Exª que não autorize a realização da referida vacada, alertando para os prejuízos que poderão advir para o Concelho da Lagoa pelo facto do mesmo passar a figurar na lista de cidades e concelhos a serem evitados por todos os turistas e pessoas de bem que, para além de procurarem locais onde a natureza esteja imaculada, também dão preferência a populações que respeitem os animais.

Com os melhores cumprimentos

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