terça-feira, 27 de junho de 2017

Comunicado do MCATA: Tourada para crianças na ilha Terceira desrespeita as recomendações do Comité dos Direitos da Criança da ONU



Crianças obrigadas a assistir à tortura de animais


Tourada para crianças na ilha Terceira desrespeita as recomendações do Comité dos Direitos da Criança da ONU

O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores (MCATA) considera que a espera de gado para crianças, realizada no dia 26 de junho, e o espetáculo para crianças, a realizar no dia 28 de junho, integrados nas festas Sanjoaninas de Angra do Heroísmo, não respeitam as exigências impostas pelo Comité dos Direitos da Criança da ONU ao estado português.

O Comité dos Direitos da Criança, órgão executivo da Convenção sobre os Direitos da Criança, convenção ratificada por Portugal em 1990, salientou recentemente que no nosso país a proteção das crianças não é cumprida no âmbito da tauromaquia. O Comité mostrou a sua preocupação “com o bem-estar mental e emocional das crianças enquanto espectadores que são expostos à violência da tauromaquia”. E desta forma instou Portugal, “com vista à eventual proibição da participação de crianças na tauromaquia”, a adotar as “medidas legislativas e administrativas necessárias com o objetivo de proteger todas as crianças que participam em treinos e atuações de tauromaquia, assim como na qualidade de espectadores”.

No entanto, nos Açores, com a vergonhosa cumplicidade dos governantes regionais e autárquicos, algumas entidades opõem-se ao avanço da civilização em matéria de proteção das crianças. Na nossa região as exigências do Comité dos Direitos da Criança da ONU são abertamente ignoradas, chegando-se ao ponto de, num exercício de incompreensível radicalismo, organizarem touradas só para crianças.

Assim, durante as Sanjoaninas é organizada anualmente uma “tourada para crianças” na praça de touros da Terceira, um espetáculo sangrento ao qual são levadas crianças de idade escolar e pré-escolar. E também é organizada uma “espera de gado para crianças” onde é incentivada a presença e a participação ativa das crianças em contacto direto com os animais.

Como se isso não bastasse, estes espectáculos degradantes são pagos com dinheiro público, pois a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo apoia com 100 mil euros a Feira Taurina integrada nas Sanjoaninas.

Perante esta situação que envergonha os Açores, vulnera os direitos humanos, no caso das crianças, e afasta a nossa região como destino turístico civilizado, foi recentemente criada uma petição pública que conta atualmente com mais de 800 assinaturas.

Esta petição, que repudia o “esbanjamento de dinheiros públicos” e o “desrespeito pelos direitos das crianças”, solicita ao Presidente do Governo Regional dos Açores e a outras instituições “que sejam tomadas medidas para que espetáculos violentos, onde se abusa e tortura animais, não voltem a se repetir”:
https://www.change.org/p/presidente-do-governo-regional-dos-a%C3%A7ores-n%C3%A3o-%C3%A0s-touradas-para-crian%C3%A7as-n%C3%A3o-aos-apoios-p%C3%BAblicos-para-a-tauromaquia

Até quando entidades oficiais dos Açores vão continuar a fomentar e subsidiar práticas vergonhosas e anacrónicas?


Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
27/06/2017



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